A “Economia do Mar na agenda nacional e dos territórios” foi um dos temas que subiu à tribuna dos Encontros PNAID 2023 e que contou com a intervenção de António Sarmento, Prémio Personalidade “Mar Sustentável e um dos mais reputados especialistas portugueses na área das energias renováveis offshore.
Com o lastro dos mais de 60 projetos que representam 500 milhões de euros de investimento, através da empresa WavEC Offshore Renewables de que é fundador, António Sarmento apontou ao “crescimento brutal” previsto no segmento para os próximos anos, inclusive em Portugal. Em causa estão projetos que vão facultar a redução em 70 por cento da energia consumida atualmente pelos consumidores portugueses, o que permitirá ainda reduzir os gases com efeito estufa em 30 por cento.
O desafio económico para Portugal é imenso no campo das energias renováveis offshore, afirmou António Sarmento, uma vez que envolve investimento estrangeiro na ordem dos 5.000 milhões de euros. No domínio das soluções sustentáveis para a economia azul através da inovação, transferência de conhecimento e disseminação, e envolvendo a cadeia de valor nacional, que tem um forte potencial de exportação, assente em inovação e mão-de-obra qualificada.
Para explicar esta aposta, que é nacional, mas que conhece derivações regionais, usou da palavra neste painel dos Encontros PNAID Miguel Marques, representante do Programa “Agenda 2030 Economia do Mar de Viana do Castelo”. Que usou o cluster de referência vianense para aprofundar aquelas que são as apostas locais para o setor, bem como a estratégia que lhe está subjacente.
Uma estratégia assente no centro tecnológico internacional das energias renováveis offshore; na plataforma integrada do desenvolvimento sustentável e de aceleração da inovação azul ancorada no porto marítimo; na alavanca de re-industrialização azul, através da construção, reparação e conversão naval. Uma estratégia que pretende afirmar Viana como destino de excelência de experiências marítimas; na maternidade de vida marinha, com aquacultura e pesca sustentável; e na rede de promotores da economia do mar no concelho.
O secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, também tomou a palavra, precisamente para lembrar que a economia do mar representa 5 por cento das exportações portuguesas e 4,9 por cento da capacidade de emprego. Números que, conjugados com muitos outros, elevam a importância, cada vez maior, do setor.
A este propósito José Maria Costa relembrou os mais de 50 consórcios que manifestaram interesse em desenvolver projetos em Portugal no domínio.
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